sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Poder da Vulnerabilidade

Há 4 semanas iniciei um curso para aprender um novo idioma: O Alemão. Muitos me perguntaram porque, uma vez que uma grande parte dos alemães, principalmente quando tratamos de negócios falam Inglês. É verdade, mas no meu caso encontrei três razões:
1)      Um novo desafio pessoal. Comprometi-me a cumprir a meta de falar uma língua adicional ao Português, Inglês e Espanhol.
2)      Uma razão de negócios, uma vez que, no meu ambiente de trabalho atual tenho contato com clientes e colegas que se comunicam em alemão.
3)      Gerar mais uma diferenciação ao meu perfil profissional, pois o Inglês e Espanhol já não trazem a mesma diferenciação de anos atrás.
Mas não é sobre o curso de idiomas que eu quero comentar e sim sobre a sensação de aprender uma língua completamente diferente e difícil. Aprender o alemão me deixou num estágio completo de vulnerabilidade. Nas primeiras aulas, eu não conseguia entender nada. Meu cérebro processava as palavras que eu ouvia e me devolvia um “o que é isso ?” “Com quem você está falando?”.
É aí que entra um aprendizado que tirei de um livro que li para alguns dos treinamentos de liderança que ministrei na minha carreira. O livro se chama As 5 Disfunções de um time, cujo autor é Patrick Lencioni. Esse livro explica os erros mais comuns que equipes que não tem performance apresentam. Uma delas, é a “Lack of Trust”, numa tradução simples, a “falta da verdade”.
Equipes que tem esse problema geralmente vivem na superficialidade, pois faltam com a verdade. Mas a verdade discutida no livro não se refere a mentiras e falsidades, e sim ao fato das pessoas não conseguirem ser vulneráveis para dizerem uns aos outros “eu não sei” “eu preciso de ajuda” “eu estava errado” “eu não entendo”.
É Incrível o poder que a vulnerabilidade pode trazer a um líder. As empresas criaram uma falsa verdade de que os líderes precisam saber todas as respostas. E infelizmente nós não temos todas as respostas. É aí que o líder ganha o respeito e a confiança da equipe. Ao se mostrar vulnerável e pedir ajuda ao time, o time se engrandece, se fortalece. Os laços ficam mais fortes e as pessoas começam a enxergar o líder como um ser humano e não como um oráculo que deve ter todas as respostas.
E não se engane, seu time sabe quais são seus pontos fortes e que pontos você precisa melhorar. Deixar isso claro é o caminho mais curto para ganhar seu time. Ao fazer isso, seu time também vai se sentir à vontade de te dizer “não sei” “me ajude” e isso pode melhorar a lucratividade da sua organização, pois você vai saber antes o que as pessoas precisam e que problemas elas enfrentam.
Eu vou continuar com a minha sensação momentânea de vulnerabilidade com o idioma alemão.
A você, sugiro testar a vulnerabilidade com seus times e colegas. Depois divida aqui os resultados.
Um Abraço
Edu Dias

3 comentários:

  1. O ego,o orgulho nos impedem sermos nós mesmos,isto é, seres humanos.Chorar é fraqueza,rir não.
    Mostrar sua vulnerabilidade aos outros e a si mesmo é talvez a coisa mais difícil de conseguir.É totalmente fora dos padrões normais de nossa sociedade.Ou você é um sucesso ou você é um fracasso´Vivemos no "Tudo ou Nada,Ou É ou Não não É.
    A vulnerabilidade é uma conciliação,é um dos degraus para se r um Ser Humano melhor

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  2. Uma das dificuldades do ser humano é abrir-se, é doar-se, pois o mundo moderno obriga-o a "deixar de ser huma-no". com isso, as pessoas vivem na defensiva, e, mesmo em meio a uma sociedade globalizada, o que impera, na realidade é a solidão.
    Esta é a razão de vermos os consultórios de psicologia cada vez mais cheios e,cada vez mais a depressão vai fazendo suas vítimas.
    A vulnerabilidade tratada no seu texto, creio ser aquela que aproxima as pessoas,como essencialmente humanos, e não um produto de uma Matrix qualquer.

    Mas, como abrir o coração e a vida sem uma contrapartida? É o questionamento feito pela grande maioria das pessoas no oculto de sua "individualidade mal resolvida".

    Jesus disse: E melhor dar, do que receber";os homens, no entanto,perguntam antes de doar-se:
    O que eu vou receber em troca? Aí é o começo do conflito tanto interno,quanto externo.

    A interpretação da experiência humana, é,
    também, uma transcrição essencialmente teológico filosófica, e por tal experiência, chega-se à conclusão de há e sempre haverá um grande conflito na mente e na alma humana para ser solucionado.

    Para Renné Decartes,o individuo é produto do meio em que vive.

    O tão famoso empirismo decarteano afirma que se alguém vive em ambiente hostil,é natural que esse alguém se posicione na defensiva,em qualquer circunstancia que se apresente, fechando-se para tudo e para todos.(invulnerabilidade).

    Isso em um grupo de trabalho é péssimo, pois o individuo omite verdades, não aceita opiniões contrarias e não busca ajuda temendo ser reprimido pelo "não saber". E isso vale para qualquer membro de qualquer grupo, líder ou liderado.

    Em uma liderança autocrática, esse individuo tem a tendência de ser anulado, anulando também suas virtudes conhecimento e qualidade pessoal.

    Em uma liderança Liberal, onde impera o Laissez - Faire (O deixa fazer), esse individuo terá a tendência de não reconhecer os seus limites, e não permitir a boa vulnerabilidade,impedindo a possibilidade de aprendizado e cresci-mento.

    Já na Liderança Democratico-Participativa, o mesmo individuo poderá soltar-se, ser mais "vulnerável", pois a lide-rança acontece de maneira horizontal, com a participação de todos os membros da equipe, sem exceção, e isso pro-porciona a quebra de paradigmas, e incentiva a autocrítica de todos os membros tornando o grupo saudável e pro-dutivo.

    Celso Magalhães, citado por Whitaker em - The Art Of Leadership, afirma: O Líder Autocrático despreza o grupo que dirige, enquanto o Democrático - Participativo permite e incentiva a participação de todos nas decisões do grupo.

    Essa é a diferença entre uma organização baseada em cargos, e a organização baseada em processos e resultados.

    A segunda faz cair por terra o empirismo decarteano, e torna o individuo consciente de quem é e quem pode ser, produzindo nele a ("Boa Vulnerabilidade") que o faz crescer com atitudes norteadas pela firmeza de caráter, pela ética e pelos princípios Cristãos que não podem e não devem ser desprezados, pois são eles que nos Mantêm huma-nos, acima de tudo.

    Um Forte Abraço
    João Dias

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  3. Aprendemos muito sobre vulnerabilidade no âmbito profissional durante os anos em que trabalhamos juntos. Essa vulnerabilidade, aliada a outros fatores igualmente importantes, foi responsável por uma das mais belas histórias de sucesso profissional que eu já presenciei e tive o prazer e a honra de fazer parte.

    Esse instrumento tem sido um aliado constante e posso dizer que os resultados são muito mais positivos que negativos.
    Extrapolar esse sucesso para outras esferas além da profissional é, no entanto, um desafio muito mais difícil e arriscado. Requer muita coragem, e deve ser um processo conduzido de forma pessoal, “one-on-one”.

    Parabéns pelo Blog. Acredito que ele irá contribuir muito para com a formação e aprimoramento dos líderes de amanhã. Com ele continuamos discutindo temas relevantes nessa jornada de contínuo aprendizado.

    Um forte abraço
    Sergio Pagani Carvalho

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