quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A comunicação é mesmo a culpada de todos os males?

Quantas vezes ouvimos dizer que algo não deu certo por conta de um “problema de comunicação”? Na minha experiência em diversos projetos (ou até mesmo em casa), posso garantir que ouvi e disse mais de uma vez. Mas se de uma forma geral a comunicação é um dos pontos mais básicos das nossas vidas, como podemos reputar tantos problemas à comunicação? Pense em quantos workshops e cursos de comunicação você já fez.
E esse problema vem de longe.  Até hoje fico pensando que poderíamos estar no paraíso... é justamente quando penso “Qual foi a parte da frase ‘Não coma a maçã’ que a Eva não entendeu?“ Puxa, a mensagem era simples, curta e direta, e mesmo assim ela foi lá e...bem essa história é velha e muitos dizem que essa é a causa de estarmos todos aqui. E posso garantir que não é uma questão de machismo falar de Eva, pois tenho certeza que se ela não comesse a maçã por vontade própria, Adão, na vontade de galanteá-la, iria pegar a maçã do mesmo jeito.
O problema, na minha opinião, é que nos comunicamos da forma como gostaríamos de ouvir. Na prática as mensagens deveriam ser ditas aos outros, mas acabam quase sempre sendo um reflexo da visão de como nós mesmos encaramos a mensagem. “Não vemos o mundo como ele é, mas como nós somos”.
É forte, mas é a realidade. Nossas experiências, nossos pré-conceitos, a maneira como interpretamos imagens, tudo isso afeta a nossa capacidade de interpretação no segundo seguinte ao recebimento ou envio de uma mensagem.
Se for assim o que podemos fazer? Vamos questionar aos nossos times um a um como eles vêem o mundo antes de enviar um comunicado? E com nossos clientes, como poderemos fazer?
No meu dia-a-dia tento colocar duas coisas em prática:
A primeira é tentar entender como a pessoa com quem você está se comunicando gosta de receber a mensagem. Existem diferentes maneiras de se dizer a mesma coisa. Busque a conexão ideal. Se seu interlocutor (a) é direto (a), vá direto ao ponto e espere por questionamentos de detalhes na vontade dele (a). Se a pessoa é detalhista, inicie a comunicação pelos detalhes e depois chegue à mensagem final.
A segunda não é algo a ser executado, mas vale como lembrança. Volte a ser criança! Crianças perguntam à exaustão até que consigam entender, ao mesmo tempo em que repetem a mesma mensagem (músicas, frases, pedidos, etc) até se dêem por satisfeitas ou acreditarem que entendemos (ou realmente até nós não agüentarmos mais). Sei que isso não garante que as crianças nos entendam e sempre façam o que queremos. Mas a essência de ser criança é não ter medo de perguntar, não ter medo de repetir até se fazer entender. Resumindo, se você não entendeu, pergunte. Se quer ser entendido, repita, busque o entendimento. 
Alguns dizem que se comunicar bem é uma arte. Sejamos todos artistas!
Um abraço,
Edu Dias

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