terça-feira, 15 de março de 2011

“Ser” ou “Estar” Eis a questão

Acontecimentos catastróficos como o ocorrido no Japão sempre geram reflexões sobre a realidade da vida. É nesse momento que invariavelmente alguém na nossa roda de amigos, no almoço, diz a frase que apesar de real só lembramos nessas circunstâncias “Como somos pequenos diante da força da natureza” ou “A gente não é nada mesmo”.
A catástrofe nos traz, além da tristeza e do sentimento de perda de seres humanos (alguns perdem entes queridos), a dura realidade da nossa existência.  Somos mesmo pequenos.
E aí um ser humano estudou, fez faculdade, pós-graduação, conseguiu um bom emprego, fez bons projetos. Até esse momento, ele/ela poderia dizer “Estou no caminho certo”. Até que chega o momento da transformação, da metamorfose. Esse ser humano é promovido a uma posição de liderança.  É como diz o ditado popular “Se você quer conhecer alguém de poder a ele/ela”.
Em minha opinião, o momento da promoção é onde a pessoa decide pelo “Estar” ou pelo “SER”. Há uma diferença grande entre essas duas escolhas.
Os que escolhem pelo “SER” se transformam no estereótipo da sua posição. As frases mudam para o “eu SOU bom” “SOU eu quem manda aqui” “Eu SOU o responsável pelo sucesso dessa empresa” “Voce sabe com quem está falando? Eu SOU o (a) ...” entre  outras tantas frases que na minha vivência profissional tive o desprazer de ouvir.
Já os que optam pelo “Estar” entendem a momentaneidade da vida. Não “são” gerentes, diretores, “ESTÃO” gerentes ou diretores. Essas pessoas compreendem que gerenciar uma área, um setor, uma empresa é uma condecoração que só se mantém se você continuar a dar resultados de forma consistente e duradoura. Quem “está” na liderança de uma empresa, não precisa dizer seu cargo a cada conversa, a cada telefonema. O cargo a ele/ela se confere naturalmente e por isso recebem mais respeito e admiração.
Se você tiver que optar pelo ser que seja para ser simples. Isso não significa deixar de se sentir orgulhoso por tudo o que você alcançou, significa não deixar que a sua condição profissional – que é momentânea -  se sobreponha à sua condição de ser humano, falível e sujeito a erros.
Voltando ao assunto do Japão, meus sinceros sentimentos à comunidade japonesa. Tal catástrofe reforça minha convicção que “ESTAR” é a melhor opção. “ESTOU” de bem comigo, com a minha condição de ser pequeno diante da natureza.
Um abraço,
Edu Dias

3 comentários:

  1. Ótimo!
    Compartilho das opiniões e acrescento que podem ser aplicáveis a quaisquer situações, profissionais ou não.
    Um abraço
    Dênis Paschoalinoto

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  2. Muito bom o texto! A vida dá tantas voltas e é necessário que o ser humano tenha acima de tudo humildade e sabedoria para entender a condição de "estar". Dependemos uns dos outros para obtermos sucesso em qualquer área da vida.
    Abraço,
    Ana Paula Crude

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  3. Como sempre sensato, usando as palavras exatas que alguém "simples" como eu não consigo...Ótimo!!!bjos

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