terça-feira, 22 de março de 2011

O poder da Tolerância

Poucas vezes vi minha filha Marina tão feliz quanto nesse final de semana. Ficou ansiosa, não dormiu direito e ficou imensamente feliz. Ela foi ao estádio de futebol pela primeira vez no domingo.
E a razão da felicidade dela foi, para mim, um grande exercício de tolerância.
Todos sabem que gosto de futebol e sou torcedor do SPFC (nesse momento uma pequena pausa para as brincadeiras de sempre). A Adri também gosta de futebol, e torce pelo Palmeiras. Até aí nenhum problema, pois o amor supera quase tudo. Temos duas filhas e a solução que demos para  a questão do futebol foi simples. Teríamos uma filha torcendo por cada time. Dessa forma atingiríamos a igualdade e ninguém sairia prejudicado.
A Giovanna (calma e tranqüila quando o assunto é futebol, torce pelo SPFC). A Marina (que é mais passional e pegou gosto pelo futebol, virou palmeirense).
Perdi a conta de quantas vezes tentei fazer a Marina mudar de time. Todas elas em vão. Os jogos do Palmeiras se tornaram diversão em casa, pois vê-la torcer é um grande barato.
Foi aí que tomei uma decisão que eu chamei de “exercício de tolerância”. Se você gosta de futebol deve lembrar a emoção da primeira vez em que você assistiu a um jogo de futebol ao vivo, no estádio. A atmosfera do local, o barulho da torcida, a emoção do gol. Eu não poderia privar a Marina de sentir essa emoção para que ela se recordasse mais tarde.
Para isso, eu tive que transpor minhas barreiras. Entrar numa arquibancada cheia de pessoas que não pensavam como eu penso, não torciam pelo mesmo time que eu torço. Enfim, não queria sentir a sensação de ser o estranho no ninho. Mas lá fui eu, por amor e só por amor.
Ser tolerante e ir ao estádio num jogo de um arqui-rival foi um preço muito baixo perto da felicidade da Marina. Perdi a conta de quantas vezes ela me agradeceu. Ela se divertiu demais, seus olhinhos brilhavam, seu coração batia forte, estava nitidamente emocionada. O jogo terminou em empate, mas certamente eu ganhei. Sei que a Marina não se esquecerá esse dia, assim como tenho certeza que não esquecerei. Foi um momento mágico.
Mais tarde, em casa, ao pensar no tema do post dessa semana, decidi relatar o ocorrido. Primeiramente para dividir minha alegria ao deixar minha filha tão feliz, mas também para que pensemos o quanto poderíamos ganhar no nosso dia-a-dia, seja nas relações de trabalho ou nas nossas relações pessoais, se exercitássemos mais a nossa tolerância sobre diferentes pontos de vistas, sobre posições entre os departamentos de uma empresa, sobre metas conflitantes, sobre a escolha do que fazer no final de semana com a família.
Às vezes, tão difícil quanto tomar a decisão de ser tolerante, é descrever a sensação de ver o resultado positivo que a tolerância gera.
Nessa semana pense nisso.
Um abraço,
Edu Dias

3 comentários:

  1. Edu, parabéns pelo texto e ben-vindo ao "clube". Fiz o mesmo pelo meu filho mais velho, Paulo, e sei exatamente o que sentes. Tenha cereteza que ambos aprenderam muito com isso.

    ResponderExcluir
  2. Ah maninho sei bem o que vc sentiu, sentir-se "estranho no ninho"...mas realmente vale a pena fazer esse exercicio para a felicidade da nossa familia...e principalmente dos nossos filhos, na próxima não esquece que tem um torcedorzinho (porquinho) fervoroso lá em casa, vamos juntos, assim damos "força" um para o outro e ele e a Marinoca se divertem...rs

    Bjão

    ResponderExcluir
  3. Tio valeu pela tolerância,ficamos muito felizes pela Ma,pois eu sei como é ir a um estádio pela primeira vez, ótimo texto. Minha mãe se emocionou e nós admiramos vc ainda mais. bjs Fla e Re.

    ResponderExcluir